Passos desilude viúvas de pescadores: Portugal não vai resgatar corpos
O primeiro – ministro não foi além da promessa de que o Estado vai empenhar-se junto do reino espanhol para que seja possível procurar na embarcação naufragada (em Abril do ano passado) ao largo das Astúrias, os corpos de dois pescadores das Caxinas que, segundo as famílias, podem ainda estar no interior do “ Mar Nosso”. Passos Coelho recebeu hoje as viúvas de Francisco Santos e Manuel Carinha que se fizeram acompanhar pela presidente da Câmara de Vila do Conde, Elisa Ferraz, pela presidente da Junta de Freguesia de Vila do Conde, Maria Alcide Aguiar e pelo presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, José Festas.
Mas do encontro com o chefe de governo resultou uma grande desilusão, reconheceu a líder da autarquia, Elisa Ferraz que ouviu as justificações de Passos Coelho para uma falta de intervenção direta no local: o elevado custo da operação, a ausência de legislação para atuar noutro país e a falta de meios técnicos pela nossa Marinha. Por outro lado, está em curso em Espanha um inquérito ao armador do barco, a companhia “Pescarías Gonzalez que recebeu já 720 mil euros de indemnização e que faltou à promessa de tentar resgatar os corpos. Sem esse inquérito estar concluído, o governo espanhol não vai intervir.
Elisa Ferraz reconheceu que a reunião de hoje causou mais uma desilusão às famílias que vêem, com o passar do tempo, o desânimo a aumentar e a esfumar-se a possibilidade de fechar o luto. José Festas também ficou desiludido com os argumentos de Passos Coelho retirando apenas um aspecto positivo: promessa do primeiro-ministro em rever a legislação sobre o pagamento das indemnizações às famílias dos pescadores naufragados. Ou seja, não ser necessário esperar pelos “cinco anos” para ser decretada a “morte presumida” que obrigam as seguradoras a pagar (embora a maioria o faça antes). Recorde-se que inclusive a filha de uma das viúvas, escreveu uma carta ao Rei de Espanha sobre o caso do “Mar Nosso”. A missiva sensibilizou o monarca, que remeteu o assunto para o Governo e até agora não houve mais desenvolvimentos.
Rádio Onda Viva